PLAY/EC#11

NHANDEKUAI HA’E JAIKO
SAMPÃ PY – NHANHOTY VY’A
re-existência do povo guarani mbya
em sampã – plantando feliz-cidade

26 novembro 2017

Vale do Anhangabaú Y Pateo do Colégio Y Praça da Sé Y Parque do Rio Bixiga Y Baixo Libertas | Anhangabaú Y Sé Y Bixiga | Sampã

Segundo ato do rito cosmocoropolítico, junto da comunidade Guarani Mbya da Tekoa Kalipety, para o projeto Contra-memória, realizado pelo Goethe-Institut, em parceria com a Casa do Povo, com curadoria de Clara Ianni e pelo Benjamin Serousi, de celebração das sementes Guarani que resistem às sementes transgênicas sem se deixar alterar geneticamente por elas, e que portam em si a sabedoria ancestral indígena; símbolo da re-existência dos Guarani Mbya em Sampã.

Perguntamos para a Jera Guarani, qual território do centro de Sampã, tinha uma grande importância para os Guarani Mbya. Ela nos falou da Praça da Sé, por ter uma memória de caminhar por lá quando criança com seu pai, e por ser um lugar habitual onde muitos Guarani, por falta de recursos acabam indo pedir esmolas. Pensamos então de dar a ver essa presença indígena na , através do que há mais poderoso e singelo, as sementes Guarani. Sementes que mesmo em contato com outras transgênicas, não tem seus genes alterados, que re-existem frente à violência do mundo dos não indígenas, como os próprios Guarani. Pensamos então em fazer um plantio das sementes ali, onde tantos Povos Indígenas foram e continuam sendo massacrados. Uma forma de dar vida e corpo na memória viva indígena ainda ali presente. Batizamos esse dia de Re-Existência Do Povo Guarani Mbya Em Sampã – Plantando Feliz-Cidade ou Nhandekuai Ha’e Jaiko Sampã Py – Nhanhoty Vy’a.

No mesmo dia estava marcado para acontecer um ato pelo Parque do Rio Bixiga, conduzido pelo Teat(r)o Oficina e outros grupos do bairro do Bixiga. Criamos então uma coreografia confluindo as lutas e ritos cosmocoropolíticos.

Junto dos moradores das Tekoa Kalipety e Tenondé Porã com todos coros que se juntaram na sagrada árvore plantada no centro do Vale do Anhangabaú, partimos em cortejo com cantos e danças até o Pateo do Colégio símbolo da violência Jesuítica. Ali paramos para fazer cantos da tradição Guarani Mbya. Seguimos para a Praça da Sé, onde, junto da população em situação de rua, plantamos as sementes Guarani, nos canteiros, ao pé das árvores da Sé. Cultivando e relembrando a forte presença indígena nessa praça, que foi palco de uma das primeiras insurgências indígenas contra os invasores portugueses. De lá o cortejo seguiu até o Teatro Oficina Uzona Uzyna a celebrar o Parque do Rio Bixiga, juntando forças, nas lutas e re-existências por uma feliz cidade de Alegria-Guerreira. Lá o Coro Guarani Mbya subiu no carro de som e fez ali seus cantos. Fechamos os trabalhos com um almoço que oferecemos ao Coro.  

com Benjamin Serousi, Clara Ianni, comunidade Guarani Mbya da Tekoa Kalipety y Tenondé Porã, Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, Parque do Rio Bixiga y Goethe Institut.